Hoje começa, na tv, o primeiro debate entre os presidenciáveis na Band. Não tenho acompanhado muito de política além de algumas entrevistas individuais, como as dada ao Jornal Nacional. De qualquer forma manterei meu direito de voto secreto (até porque não decidi meus votos ainda)
e partir para o questionamento de coisas que eu gostaria de entender sobre o posicionamento dos presidenciáveis. Sendo assim, de fora, darei minha visão dos pontos positivos e negativos dos principais presidenciáveis em disputa.
A começar pela presidente em questão, a Dilma, da qual tenho imenso respeito apesar das crises que a cerca. E explico o porquê. Ela viveu ativamente no período da ditadura no Brasil, pegou em armas, foi presa e torturada. Ela lutou pelo país de uma forma que ,eu particularmente, jamais faria. Você tem que estar decido a lutar pelo todo quando entra em uma revolução, porque seguir a maré é mais fácil e confortável. Por isso julgo menos as sequelas de que uma ditadura pode causar, porque por muito menos há pessoas que se entopem de remédios por causa do stress relativos à coisas menores da rotina. Mas é verdade que com o tempo partido que nasceu de causas trabalhistas sucumbiu à corrupção (já existente e operante) em nome de se manter no poder e além disso o atual governo age agora de forma mais conservadora quanto a economia. Eu, particularmente, não estou vendo muito sentido sobre a crise ser um reflexo externo como li vagamente por aí.
A crise externa que aconteceu no período em que Lula foi presidente, não existe mais, ou não na mesma proporção. De qualquer maneira, o Brasil estava em crescimento natural, conquistada com a estabilidade da moeda em um processo iniciado desde de que Itamar Franco assumiu a presidência, depois do calote e impeachmant de Collor (me corrigiam se eu estiver errada). O mercado interno estava forte , mas os dados econômicos , que são calculados em comparações entre períodos, só se mantêm estáveis quando não existem. Nesses quatro anos de presidência , os fatores de variação vieram do ambiente interno, safra de alimentos que dependem do tempo e ambiente e a saturação do mercado dos bens duráveis. Obviamente as minhas soluções postas aqui seriam bem simplistas, dada a complexidade da economia, mas para resolver essa crise, Dilma e seu conselho econômico optou por medidas imediatistas dentre as quais estão incentivos com isenções fiscais e revisão de metas inflacionárias aumentando o seu limite. Com isso evitar a demissão em massa e recessão econômica. Também não sei até que ponto incentivos fiscais a importação de alimentos e a exportações dos bens duráveis excedentes como solução temporária, poderiam impactar outros dados econômicos a longo prazo. O fato é que ambas as crises são pontuais e esse clima de medo baseado em uma crise da moeda que aconteceu no passado, acho improcedente. Algum presidente invariavelmente teria que passar por isso e saber se manter em uma crise, pra mim soa mais importante do que evitar que exista. Outras questões como o atraso em obras públicas advém de questões políticas e ainda falta muito pra chegar perto da eficiência japonesa.
Quanto a Marina Silva, ela herdou um desafio grande pela frente. Já tinha feito um comentário sobre ela anteriormente, ao longo do tempo adquiriu um discurso mais moderado, o que é possível ter sido facilitado pela convivência até então com Eduardo do qual, ouvi dizer, fizeram um planejamento integrado. Com a tragédia, a campanha ganhou força popular e também crises internas. Isso por si só já é o maior teste que ela possa ter de gestão, vencendo ou não as eleições. Eduardo era um moderado de direita, enquanto Marina é moderada de esquerda. A crise começa quando a direita acha que Marina não tem o perfil de gestor ao ponto de atender reivindicações de classes. É necessário ter muita habilidade política, assim como na presidência onde cargos e ministérios tem mais perfis de indicações políticas e partidárias do que técnico. Se ao menos esses cargos fossem ocupados por técnicos que pudessem assumir uma mobilidade partidárias seria então mais fácil do que extinguir interesses partidários em cargos.
Não é difícil descobrir porque Aecio é a felicidade dos paulistanos. Ele representa a imagem do empresariado. E como todo empreendedor ,ele é muito bem relacionado. Isso por si só já deixa a porta aberta pra facilitar muitas negociações. Disso eu não tenho dúvidas. Essa visão empreendedora é muito cativante e atraente para os investimentos privados. Mas eu não tenho muita certeza até que ponto as decisões que venha a tomar, diante de tanta facilidade, seriam de fato as melhores e pra quem. Falta-me entender um pouco quais são as funções que um presidente assume, das quais são decisões independentes do congresso. Sancionar é um ato feito em conjunto e para todos. O que é muito diferente de um cargo de empresa privada, a lei do livre comercio exige uma postura diferente de um cargo privado. Eu não preciso me preocupar com algo que o outro fará por mim, só me preocupo com o que não fará. Projetos sociais, por exemplo, que entram em discussões políticas e pouco práticas por ser ações populistas de curto prazo e que por sua vez se tornam substitutas das ações de longo prazo. Os caminhos que ele pretende traçar, caso se eleja , pra mim não estão muito claros e são essas questões que espero serem esclarecidas.
Seria muito digno evitar baixarias e discussões de caráter superficiais e irrisórias.
Enfim, que comecem os debates!