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sábado, 1 de maio de 2021

A arte de governar


Desde de que o ser humano se entende por gente, existe a vontade de lutar pelos próprios interesses. Somos impelidos pelo anseio de alcançar realizações seja na vida pessoal, profissional ou social. Mas para que exerça esse poder sobre a própria vida e destino, é preciso não ignorar a influência de um meio ambiente que nos afeta e nos controla. Hoje somos moderados, teoricamente, pela existência de direitos e deveres que impõem um limite moral para nossos desejos. Digamos que uma pessoa queira profundamente realizar algum propósito específico, que pode ser desde a um objeto de valor, como dinheiro, carreira, uma outra pessoa até a um estilo de vida. Os meios que essa pessoa enxerga para alcançar essas expectativas parte de um fundamento que é intrinsecamente egoísta. Ele pode ofender, enganar, roubar, fingir, imitar, trapacear, invejar, ferir, coagir, ameaçar ou usar a força através de métodos violentos. Esse é você, esse somos todos nós. Demasiadamente humanos e irracionais. A ideia de que existe uma regulação comum para não entremos em um movimento predatório e autodestrutivo é o que nos torna seres sociáveis. Capazes de viver em conjunto e perdurar como espécie. É o que chamamos de sociedade. Mas não nascemos com um código de conduta, fomos moldados pelo tempo. Durante gerações, vivemos nossa humanidade, aprimorando nossa influência seja pelo poder ou pela força. E criamos a tendência de nos aproximar ou submeter daqueles que nos ensinam a sobreviver ou cuidam para que o interesse individual não sobreponha o interesse comum. 



Imagine que no tempo das cavernas, para sobreviver era preciso caçar junto. No entanto, para que todos cooperassem seria preciso dividir a comida igualmente. Haviam aqueles que sabiam onde procurar a caça, uns que sabiam preparar a isca, outros que sabiam como cortar e assim se formavam os lideres. Essas pessoas começaram a exercer PODER com voz de comando que prontamente obedecido no seu grupo, por questões de sobrevivência. Mas, suponhamos que esse líder não queira dividir o alimento, com um outro que não pode caçar, por estar doente. Ou, que convence o grupo contra um que eventualmente possa ser substituído. Esse comandante passa a exercer a sua autoridade e influência para fins pessoais por intimidação ou ameaça para perpetuar seu domínio sobre o outro. 


 Por outro lado se esse líder aspirante fosse o mestre das armas manipulando metais pra fazer a caça ser mais produtiva e usasse isso para coagir o líder a renunciar, prevaleceria pela FORÇA. Quando o embate de forças entra em desequilíbrio, um grupo ou indivíduo é obrigado a agir contra seus próprios interesses. Digamos que esse líder aspirante queira ficar o melhor e o maior pedaço da caça, enquanto os outros teriam que aceitar uma porção menor. O constrangimento e o medo da violência os obrigaria a aceitar menos privilégios. 




Assim a política exerce um papel importante de governar cidades em prol de um interesse comum. Ao adquirir a capacidade de gerar mobilização social concentram poder e força em equilíbrio para administrar os interesses comuns e os interesses pessoais individuais, criando um ambiente propício para a boa convivência. Só que, se usado indevidamente, esse poder e a força podem servir de palco para estabelecer relações hierárquicas de dominação. O homem é influenciado pelo seu meio. Não apenas no aspecto da personalidade, também no que é limitado a realizar. A política transforma o indivíduo em cidadão, o obrigando a pensar no coletivo. Você conhece seus anseios pessoais, mas em que mundo você prefere viver?