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sexta-feira, 18 de junho de 2021

Absolutismo - O princípio de toda tirania



Quando os primeiros republicanos instituíram a ditadura como parte do governo, a intenção era formar uma centralização do poder, de forma consciente pra resolver um estado de emergência do império. Naquela época não se tratava de um regimento permanente e nem soberano. Mas com o passar dos tempos as coisas mudaram, criaram novas proporções e modelos. A ditadura, que uma vez era a formação para a guerra dentro de um governo, se tornou o próprio governo. Mas que cenário justificaria tudo isso?


Passado a era medieval, aquela do surgimento dos impérios, no final idade média, quando a Europa começou a ter um caráter rural e a nobreza, a classe que comandavam os feudos, que eram os donos das grandes extensões de terras habitadas, distribuída em famílias a disputa pelo poder se tornou mais contestada por causa da forte influência das igrejas. Em um ambiente tumultuado e de guerras, as famílias nobres se dividiam entre aquelas que aceitavam e a que não aceitavam a interferência religiosa na monarquia. E em busca de unificar territórios sem a benção de um papa e diante da necessidade de manter riquezas e privilégios, nasce o absolutismo.


O período é o século XV, a moral baseada na justiça divina passa ser questionada. Se na sociedade primitiva ninguém estava sujeito às leis, cada um satisfazia seus próprios interesses. Uma vez que as pessoas se unem pra cria uma sociedade seria necessário criar um contrato onde as pessoas cedessem seus direitos a um soberano, renunciando toda a sua liberdade individual em nome do Estado. Esse por sua vez, com a autoridade absoluta nas mãos, deveria gerir o caos que o cerca. Por isso seria lícito, segundo Hobbes, o rei governar despoticamente, uma vez que o povo lhe deu esse poder. Por outro lado, não existe só um rei para todos os territórios da terra, portanto um estado forte depende das alianças ou guerras que escolhe fazer. Para isso seria preciso abandonar a moral e o bem comum uma vez que o rei deve está disposto a fazer tudo em nome da nação, para manter o domínio. Enquanto pregava sobre a unificação da Itália, Machiavel defendia que os fins justificavam os meios e que até a força era um ato necessário. Com isso a tirania estava permitida, o homem passava a agir politicamente com a moral fundada na hipocrisia e no desejo de poder. O importante era o poder, nem que fosse pela força. E o  poder individual do rei, como imperador, se fortaleceria através da estrutura do Estado.

Mas ainda que ideologicamente justifica, a nobreza que queria se afastar da igreja, também precisava dispor de recursos financeiros em quantidade para manter a sua posição. Se antes o acúmulo de terras era o que proporcionava status e riquezas, dessa vez a capacidade de acumular ouro e metais precisos, seriam a nova fonte para manter as despesas. E o meio para alcançar passa a ser o desenvolvimento do comércio. Vender o máximo que puder e comprar o mínimo renderia a nova matemática financeira ao mercantilismo. Esse modelo econômico fez a corrida por novos territórios, que pudessem ser exploradas através do plantio ou extração de metais uma nova forma de prosperar.


Isso modificou a forma de pensar a estrutura social. Até aqui nós tivemos o modelo espartano de sociedade, o modelo dos impérios, o modelo republicano, e como essas sociedades evoluíram interagindo com o seu povo ou daqueles que conquistavam. Especificamente nesse contexto a escravidão se tornou um ativo comercial. Ou seja, a utilização de escravos justificava o barateamento do custo e da mão de obra, ou seja do trabalho.

Embora alguns absolutistas considerassem que a soberania dos reis era um direito divino, o objetivo principal era se afastar da instituição da igreja. E criar um estado potente e rico. Baseado no interesse de quem o governa.

São suas caraterísticas principais, um estado controlador sobre todas as atividades produtivas; protecionista para dificultar as importações ; intervencionista sob todas as decisões econômicas e centralizador do poder e da força.


Em um ambiente despótico é possível encontrar essas características disseminadas. São todos, influência da tirania, basta olhar os regimes que são desdobramento do mesmo método. O fascismo, o nazismo, o totalitarismo , além de todo aquele que finge não ser.