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sexta-feira, 9 de julho de 2021

E se fosse seu cliente?


Quando nos propomos a viver em sociedade, assumimos o compromisso de zelar pela liberdade individual uns dos outros. Isso porque se a gente quer poder sair na rua sem correr o risco de ser agredido, não basta só não ser essa pessoa que se comporta como agressor. É preciso não aceitar que essa violência não aconteça com outras pessoas. Atos violentos se manifestam de várias formas, para proporcionar relações de dominância. A violência física, verbal, simbólica, entre outros. A consequência disso é se acostumar com um sistema autoritário, que a medida que se normatiza, não para naquele primeiro objeto tido como alvo. A tendência é que se torne uma medida para alcançar o poder com cada vez menos prerrogativas que garantam que a sua liberdade também não será afetada, independente da raça, religião, credo ou gênero.



Na coluna de hoje, vamos tratar de uma vertente sob a perspectiva de humanização quanto a inclusão social. O movimento lgbtq+, como é mais conhecido, é uma instituição civil cujo o objetivo é defender a aceitação e inclusão social do gênero, que por si só já representa a si mesmo. Mas o propósito é oferecer uma visão crítica que sirva de referência para uma comunicação mais efetiva entre as partes. A inclusão passa por entender o papel social do indivíduo, seus direitos e deveres. E em algum momento esse objetivo não tem sido alcançado. No calor da emoção, a mensagem de inclusão tem sido ouvida como indução a libertinagem, as empresas se dividem entre aderir movimento e não ofender ou afastar o público consumidor existente. O que resulta em campanhas rasas, mensagens inadequadas, com a ilusão de serem inclusivas, pra se apropriar do momento pra faturar.


A intenção é achar um ponto de equilíbrio em tudo isso, para esclarecer e formar uma base para opinião sólida, de como se posicionar e como agir diante dessa situação. E o papel do The-Insighters, é baseado no respeito entre as partes, como diria Voltaire “Posso discordar de tudo o que disser, mas defenderei até o fim o seu direito de dizê-la”.


Para começar, o foco hoje será os meios de produção. Porque não adianta o discurso da propaganda, sem que se respeite o fato de que é um nicho consumidor diferente. Um bom exemplo disso seria o setor de vestuário. O que a indústria considera como masculino e feminino se perde no conceito do público lgbtq+. Entenda, por anos as mulheres usam jeans, calças e ternos agora femininos totalmente adaptados ao corpo. Mas o que se atribui a uma mulher que é lésbica e “não liga pra moda” é a masculinização do corpo como botas coturno, roupas largas que escondam as formas enquanto o homem que é gay é contemplado com as cores do arco-íris. Já aqueles que se identificam como transexuais ou tem sua identificação de identidade de gênero com o feminino, nutrem uma profunda admiração pelo corpo e as formas da mulher, tanto que quando se olham no espelho desejam as roupas desenhadas para elas.


Para alcançar essas pessoas, como mercado consumidor, não basta utilizar roupas coloridas e bandeiras do movimento. É preciso criar. Por isso o setor de produção deveria estar alinhado com a tendência de mercado. 
Três características fundamentais definem o estilo de vida desse grupo, são eles: ode ao corpo , a necessidade de se reconhecer um ao outro visualmente e a busca pela sensação de pertencimento.


Crédito:Jean Paul Gaultier/ instagram

A ode ao corpo é um traço que reflete a personalidade coletiva desse círculo. O mais comum é atribuir a   sexualização quando também se estende ao desejo de se transformar fisicamente ou emocionalmente ao gênero que se identifica. A pessoa quer atributos que atraiam o objeto de desejo, a medida que admira o que é natural no outro. Pessoas que tem o perfil de serem mais visuais, são muito sensíveis a beleza e a estética.


Ao passo que querem se transformar no objeto de cobiça, também precisam se reconhecer um no outro, tendo em vista o compartilhamento da mesma visão de mundo e de estilo de vida. As pessoas que querem se relacionar entre si, se reconhecem por símbolos. Mas não se resume só a bandeira, declaração de orgulho ou confetes do tipo. Antes, alguns recursos como o furo na orelha masculina ou o corte transversal na sobrancelha eram indicativos de reconhecimento dos quais devem revelar outros aspectos como interesse , comportamento, gênero e qualidades pessoais.

A sensação de pertencimento, que no dicionário é descrito como a crença subjetiva que reúne diferentes indivíduos com valores, medos e aspirações em comum. 

A título de exemplo que poder servir como parâmetro é no setor de confecções, onde cabe algumas medidas técnicas, dos quais guiam padrões de corte e costura que podem ser solicitados pelos lojistas. A inspiração é do Jean Paul Gautlier, referência na alta-costura que é classificada como moda conceito. Seguindo alguns exemplos, analise comigo, quais são os parâmetros, os recursos e o que elas significam.


Fonte: Jean Paul Gaultier
instagram

1. Nas primeiras imagens, é possível conferir a admiração ao corpo através das formas. A composição de cinturas finas a projeção do desenho do corpo e volume que, se na imagem com a roupa em branco e azul está na extensão do braço, também pode ser utilizado para caracterizar formas e circunferências que deem aparência de proporcionalidade, do que exibir, o que esconder sobre a fisionomia que deseja alcançar.

 
Fonte: jean Paul Gaultier/Instagram 

2. A simbologia aparece na costura, através dos botões, as costas aparente, o corte da camisa no pescoço alargado, o clássico corte em V repaginado pra exaltar a extensão dos braços ou até mesmo ombreiras sobressaltadas para o mesmo fim.